1. Conteúdos:
A – Estatuto do Conhecimento Científico
A.1. Conhecimento vulgar e conhecimento científico
A.2. Ciência e construção – validade e verificabilidade das hipóteses (Popper e a crítica à concepção ciência clássica)
A.3. A racionalidade científica e a questão da objectividade
2. Materiais de Estudo:
- Manual
- Apontamentos das aulas
- Textos disponibilizados na Plataforma e no blogue
3. Estrutura do teste:
Grupo I – 6 conjuntos de questões em que tem de seleccionar a resposta correcta.
Grupo II – 2 conjuntos de questões
1- Questão tem um pequenino texto com quatro alíneas sobre questões de construção do conhecimento científico
2- Sobre um pequeno texto de K. Popper são colocadas 3 alíneas sobre o texto e que têm em conta a sua epistemologia
Grupo III
2 questões relacionadas com os filmes visionados: A Harmonia dos Mundos; O Nome da Rosa e Galieleu.
Grupo IV
Vale a pena Filosofar
BOM TRABALHO
“A linguagem sofre frequentes abusos no discurso figurativo. Dado que a graça e a fantasia encontram melhor acolhimento no mundo do que a seca verdade e o conhecimento genuíno, os discursos figurativos e a alusão dificilmente serão considerados uma imperfeição ou um abuso da linguagem.
Admito que, nos discursos em que procuramos prazer e diversão em vez de informação e instrução, é difícil que os ornamentos desse género passem por falhas. No entanto, se queremos falar das coisas como elas são, temos de reconhecer que toda a arte da retórica, exceptuando aquilo que respeita à ordem e à clareza, que todas as aplicações artificiais e figurativas das palavras criadas pela eloquência servem apenas para insinuar ideias erradas, para excitar as paixões, e assim para nos conduzir ao erro.
De facto, essas aplicações são perfeitos logros, e por esta razão, por muito louvável ou aceitável que a retórica possa parecer em discursos e declamações populares, é óbvio que elas têm de ser completamente evitadas em todos os discursos que pretendam informar ou instruir. E onde a verdade e o conhecimento interessam, tais aplicações têm de ser consideradas uma grande falta (...).
Quantas e que aplicações são essas, é algo que seria supérfluo indicar aqui. Os livros de retórica que abundam no mundo instruirão aqueles que se queiram informar. Só não posso deixar de observar que a humanidade se preocupa muito pouco com a preservação e o avanço da verdade e do conhecimento, pois as artes da falácia são cultivadas e preferidas.
John Locke, Ensaio sobre o Entendimento Humano
2. Evans-Pritchard, um antropólogo, estudou profundamente a crença de um grupo africano na feitiçaria. Eis como descreve uma situação do cotidiano deste grupo:
"A princípio achei estranho viver entre os Azande e ouvir suas ingênuas explicações de infortúnios que, para nós, têm causas evidentes. Depois de certo tempo aprendi a lógica do seu pensamento e passei a aplicar noções de feitiçaria de forma tão espontânea quanto eles mesmos, nas situações em que o conceito era relevante. Um menino bateu o pé num pequeno toco de madeira que estava no seu caminho – coisa que acontece freqüentemente na África – e a ferida doía e incomodava. O corte era no dedão e era impossível mantê-lo limpo. Inflamou. Ele afirmou que bateu o dedo no toco por causa da feitiçaria. Como era meu hábito argumentar com os Azande e criticar suas declarações, foi o que fiz. Disse ao garoto que ele batera o pé no toco de madeira porque ele havia sido descuidado, e que o toco não havia sido colocado no caminho por feitiçaria, pois ele ali crescera naturalmente. Ele concordou que a feitiçaria não era responsável pelo fato de o toco estar no seu caminho, mas acrescentou que ele tinha os seus olhos bem abertos para evitar tocos – como, na verdade, os Azande fazem cuidadosamente – e que se ele não tivesse sido enfeitiçado ele teria visto o toco. Como argumento final para comprovar o seu ponto de vista ele acrescentou que cortes não demoram dias e dias para cicatrizar, mas que, ao contrário, cicatrizam rapidamente, pois esta é a natureza dos cortes. Por que, então, sua ferida havia inflamado e permanecido aberta, se não houvesse feitiçaria atrás dela?"
(E. Evans Pritchard. Witchcraft, Oracles and Magic among the Azande. P. 64-67 – citado por Alves, Rubem. In: Filosofia da Ciência – Introdução ao Jogo e suas Regras, pág. 17)A filosofia não brota por ser útil, mas tão-pouco pela acção irracional de um desejo veemente. É constitutivamente necessária ao intelectual. Porquê? A sua nota radical era buscar o todo como um tal todo, capturar o Universo, caçar o Unicórnio. Mas porquê esse profundo anseio? Por que não nos contentamos com o que, sem filosofar, achamos no mundo, com o que já é e aí está patente diante de nós? Por esta simples razão: tudo o que é e está aí, quanto nos é dado, presente, patente, é por sua essência um mero bocado, pedaço, fragmento, coto. E não podemos vê-lo sem prever e verificar que está a menos a porção que falta. Em todo o ser que é dado, em todo o dado do mundo encontramos a sua essencial linha de fractura, o seu carácter de parte e só parte - vemos a ferida da sua mutilação ontológica, grita-nos a sua dor de amputado, a sua nostalgia do bocado que lhe falta para ser completo, o seu divino descontentamento. Há doze anos, quando eu falava em Buenos Aires, definia o descontentamento «como um amar sem amado e uma como dor que sentimos em membros que não temos». É o achar de menos o que não somos, o reconhecermo-nos incompletos e manetas.
Ortega y Gasset, in 'O Que é a Filosofia?'
Faz 40 anos que M.L.King foi assassinado. Tinha 17 anos. Li, a época, os seus sermões reunidos em livro sob o título « Força para Amar» e marcaram-me para sempre. Os sermões começavam sempre por uma citação bíblica. Um deles intitulava-se «A transformação do inconformista» e citava a epístola de S. Paulo aos Romanos: «Não vos conformeis com este século; transformai-vos pela renovação da vossa mente»
M. L. King também me ajudou a aceder à liberdade pelas exortações feitas:
«Empenhai-vos em descobrir qual a vossa vocação e depois, apaixonadamente, realizai o melhor que puderdes. Esse caminhar consciente para uma realização pessoal é o comprimentoda vida humana».
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