É na mudança que as coisas repousam e encontram a sua própria tranquilidade
(Heraclito)
A filosofia moral, ou ciência da natureza humana, pode ser tratada de duas maneiras diferentes; cada uma delas tem seu mérito peculiar e pode contribuir para o entretenimento, instrução e reforma da humanidade. A primeira considera o homem como nascido principalmente para a acção; como influenciado em suas avaliações pelo gosto e pelo sentimento; perseguindo um objecto e evitando outro, segundo o valor que esses objectos parecem possuir e de acordo com a luz sob a qual eles próprios se apresentam. Como se admite que a virtude é o mais valioso dos objectos, os filósofos desta classe pintam-na com as mais agradáveis cores e, valendo-se da poesia e da eloquência, discorrem acerca do assunto de maneira fácil e clara: o mais adequado para agradar a imaginação e cativar as inclinações. Escolhem, na vida cotidiana, as observações e exemplos mais notáveis, colocam os caracteres opostos num contraste adequado e, atraindo-nos para os caminhos da virtude com visões de glória e de felicidade, dirigem nossos passos nestes caminhos com os mais sadios preceitos e os mais ilustres exemplos. Fazem-nos sentir a diferença entre o vício e a virtude; excitam e regulam nossos sentimentos; e se eles podem dirigir nossos corações para o amor da probidade e da verdadeira honra, pensam que atingiram plenamente o fim de todos os seus esforços.
Investigação sobre o Entendimento Humano, David Hume
Diz Descartes:
«Gostaria de explicar sumariamente em que consiste toda a ciência que possuímos hoje e quais são os graus de sabedoria a que chegámos:
O primeiro grau contém apenas noções que são, por si só, tão claras que podem ser adquiridas sem meditação.
O segundo compreende tudo o que é conhecido através dos sentidos.
O terceiro abrange o que a conversa com os outros homens nos ensina
O quarto grau, a leitura, não de todos os livros, mas particularmente os que foram escritos por pessoas capazes de nos dar boas instruções.
(…)
Através de todos os tempos, houve homens que tentaram um quinto grau, mais alto e mais seguro que os outros quatro, para conseguirem a sabedoria: trata-se de encontrar as primeiras causas e os primeiros princípios dos quais se podem deduzir as razões de tudo o que somos capazes de conhecer. E àqueles que nisso em particular trabalharem chamamos filósofos».
Os princípios da Filosofia
«A filosofia é como uma árvore cujas raízes são a metafísica, o tronco a física, e os ramos são as outras ciências, que se reduzem a três principais: a medicina, a mecânica e a moral, entendendo eu por moral a mais elevada e perfeita que, pressupondo um conhecimento integral das outras ciências, constitui o último grau de sabedoria»
E que entende Descartes por sabedoria?
«A palavra filosofia significa estudo da sabedoria, e por sabedoria não se entenda apenas a prudência nos negócios mas um conhecimento perfeito de todas as coisas que ao homem é dado saber, tanto para a conduta da sua vida, como para a manutenção da saúde e invenção de todas as artes»
Como conseguir o conhecimento que nos leva à sabedoria?
«É necessário deduzi-lo das primeiras causas ou princípios e a isso se chama filosofar»
Vale a pena filosofar?
«… só ela nos distingue dos mais selvagens e bárbaros; cada civilização é tanto mais civilizada e polida quanto melhor os homens aí filosofam; o maior bem de um Estado ´e possuir verdadeiros filósofos …Viver sem filosofar é precisamente como ter os olhos fechados e não tentar abri-los. O prazer de ver tudo o que a nossa vista alcança não é sequer comparável à satisfação dada pelo conhecimento pelo adquirido através da filosofia. Em suma, este estudo é mais necessário para regrarmos os costumes e para nos conduzirmos nesta vida que usarmos os olhos para guiar os nossos passos»
Entenderíamos melhor o mundo e tenderíamos a fazer o bem se, com mais frequência, lêssemos pequenas histórias de crianças.
«Há duas espécies de fadas : as fadas boas e as fadas más. As fadas boas fazem coisas boas e as fadas más fazem coisas más.
As fadas boas regam as flores com orvalho, ascendem o lume dos velhos, seguram pelo bibe as crianças que vão cair ao rio, encantam os jardins, dançam no ar, inventam sonhos e, à noite, põem moedas de ouro nos sapatos dos pobres.
As fadas más fazem secar as fontes, apagam as fogueiras dos pastores, rasgam a roupa que está ao sol a secar, desencantam os jardins, arreliam as crianças, atormentam os animais e roubam o dinheiro dos pobres.
Quando uma fada boa vê uma árvore morta, com os ramos secos s e sem folhas, toca-lhe com a sua varinha de condão e no mesmo instante a árvore cobre-se de folhas, de flores, de frutos, e de pássaros a cantar.
Quando uma árvore má vê uma árvore cheia de folhas, de flores, de frutos e de pássaros a cantar, toca-lhe com a sua varinha mágica de mau fado, e no mesmo instante um vento galado arranca as folhas, o frutos apodrecem, as flores murcham, os pássaros caem mortos no chão».
A Fada Oriana, Sofia de Mello Breyner Andersen
A história gira em torno de um jovem pastor que, havendo sonhado com um tesouro enterrado sob as pirâmides do Egipto, viaja para África na esperança de enriquecer. Ao longo do seu percurso depara-se com diversas questões filosóficas como, por exemplo, a importância de ouvirmos a nossa consciência (na história representada pelo coração do pastor). No entanto, para mim, a questão mais importante que é levantada, é a questão do destino: Somos verdadeiramente livres? Ou, independentemente do que façamos, terá tudo o mesmo resultado?
De certa forma pode ser reconfortante acreditar no destino, pois porque haveremos de sentir remorsos por uma coisa sobre a qual não temos controlo?
Desde a antiguidade que o destino é visto como uma entidade poderosa, contra a qual não há fuga possível. Este facto serviu de base a muitas histórias, sendo a mais trágica a história de Édipo que, ao fugir do seu destino, acabou por o cumprir.
No entanto, eu sou da opinião de que o destino não existe, sendo este apenas uma desculpa para as pessoas não assumirem as consequências dos seus erros, ou para baixarem os braços e desistirem quando as coisas se tornam difíceis.
É este o preço a pagarmos pela nossa liberdade. Temos o poder de escolher, mas temos de assumir os resultados dessa escolha…para o bem ou para o mal.
O distraído tropeçou nela e caiu
O bruto usou-a como um projéctil que fere
O empreendedor empregou-a e construiu
O camponês sentou-se nela para descansar
As crianças brincaram com ela
O poeta poetizou-a
O escultor fez dela a mais bela escultura
Em todos os casos, a diferença nunca foi a pedra, foi o homem!
E 2008 e a tua vida será o que fizeres da pedra
Soube que vocês nada querem aprender
então, devo concluir que vocês são milionários.
Seu futuro está garantido - sua frente iluminado.
Seus pais cuidaram para que seus pés
Não topassem com nenhuma pedra.
Neste caso, você nada precisa aprender.
Assim como é, pode ficar.
Havendo dificuldades, pois os tempos
Como ouvi dizer, são incertos
Você tem seus líderes, que lhe dizem
Exactamente o que tem a fazer, para que
Vocês estejam bem.
Eles leram aqueles que sabem
As verdades válidas para todos os tempos
E as receitas que sempre funcionam.
Onde há tantos a seu favor
Você não precisa levantar um dedo.
Sem dúvida, se fosse diferente
Você teria que aprender
Pintura | Ano de realização | Pintura | Ano de realização | ||
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Cabeça de Mulher ou La Scapigliata | |||||
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